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08/07/2015

Causas e tratamentos do tromboembolismo

Mulheres com histórico familiar, portadoras de abortamento por repetição e portadoras de morte fetal sem causa aparente fazem parte do grupo de risco da Trombofilia. A este círculo soma-se pacientes com obesidade, fumantes, portadores de varizes e acamadas. Tromboembolismo na Vida da Mulher foi o tema discutido pelo Prof. Dr. Waldemar Naves do Amaral, diretor técnico da Fértile Diagnósticos, durante o IV Congresso Goiano de Ginecologia e Obstetrícia e 40ª edição da Jornada Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, entre os dias 17 a 19 de junho, no Cremego.

O trombo é, de acordo com Dr. Waldemar do Amaral, o coágulo dentro dos vasos sanguíneos do ser humano, decorrente da Tríade de Risco de Virchow (estase sanguínea, lesão vascular e hipercoagulabilidade). Segundo o médico, para acontecer o coágulo é preciso ter uma alteração da harmonia do sangue que circula pelos vasos.

sangueO sangue possui elementos que promovem a coagulação – fatores de coagulação – , elementos anticoagulantes que concorrem com os primeiros para que haja estabilidade e elementos para a quebra de coágulo. “Estes três fatores trabalham dentro do vaso para preservar a homeostasia circulatória, para que não haja excesso de coagulação, tampouco a falta”, explica.

O excesso de coagulação gera o coágulo, que gera o trombo. Este trombo entope os vasos o que pode promover embolia do pulmão – quadro grave que leva a morte -, embolia com lesão cerebral, que são os derrames cerebrais obstrutivos. “Portanto, a trombose e o tromboembolismo é bastante grave na vida do ser humano”, alerta.

Fatores genéticos
Existem princípios causadores dos erros no sistema da homeostasia. O primeiro é a Trombofilia Hereditária, segundo relata Dr. Waldemar do Amaral, que é uma tendência da mulher desde sua vida fetal com histórico familiar. “Por si só, a mulher já favorece a formação de coágulos”, analisa. “Perde-se, portanto, a homeostasia básica. Dentre os fatores mais comuns que causam este evento é o fator V Laiden. Nesta condição, as mulheres facilmente formariam trombos”, acrescenta.

Na evolução do risco da trombofilia hereditária, existem momentos da vida da mulher que são comparados a gatilhos: o primeiro é quando chega fase da adolescência e a vida sexual ativa e a mulher passa a fazer uso do anticoncepcional. “O anticoncepcional sozinho não oferece risco, mas associado ao fator genético, a mulher pode desenvolver o trombo. Ou seja, a pílula passa a ser uma condição de risco”, detalha.

Outro momento é a gravidez. “A gestação por si só já aumenta a condição de coagulação. Se ela possui uma tendência prévia, aumenta-se ainda mais o risco”, pontua. Por isso, durante a gravidez ou pós-parto a mulher pode desenvolver trombos, promovendo lesões que deixam sequelas importantes e até a morte. Nestes casos os riscos são maternos.

Trombofilia adquirida
Outros fatores estão relacionados atrombofilia adquirida. Existe um baixo risco para a mãe a alto risco para o feto. A mulher durante a vida adquire elementos, especialmente infecções ou alterações da membrana citoplasmática das células, que fazem com que ela produza anticorpos contra as paredes das células placentárias. “Nestas condições, existem tromboses que se instalam na placenta, o que promove redução no porte de oxigênio e nutrientes para o feto”, afirma o médico. Habitualmente evolui para morte fetal, um quadro frequente de abortamento por repetição, ou de morte fetal sem causa aparente.

Pacientes acamados
O terceiro elemento provocador da trombose que entra na Tríade é a estase, ou seja, indivíduos que ficam por um longo tempo acamados ou com os membros inferiores muito tempo para baixo em viagens longas. Existe uma estase sanguínea nos membros inferiores. “Estase sanguínea, alteração na parede vascular e alteração do conteúdo plasmático dos vasos geram os trombos”, frisa Dr. Waldemar do Amaral.

Prevenção e tratamento
O tromboembolismo é evitável desde que haja conhecimento prévio. O histórico familiar é importante. É preciso identificar no exame de sangue essa trombofilia hereditária para que a mulher use anticoagulante. Na trombofilia adquirida, que gera risco fetal, há que se tomar anticoagulante e medicamentos que protegem o fato. Pessoas que estão sempre acamadas devem fazer massagens e eventualmente utilizar anticoagulantes. São eventos que possuem prevenção ou são tratáveis. Após instalado o trombo, pode-se usar heparinização para quebrar o trombo e reduzir a morbidade e mortalidade.

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