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15/03/2015

Maternidade madura

Estudos, carreira, planejamento, casamento, marido e filhos. Não é de hoje que grande parte das mulheres está adiando a vontade de ser mãe, muitas vezes em função da carreira profissional. Segundo uma pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo, a cada seis gestantes atendidas na unidade em 2013, uma tinha mais de 35 anos. Na década de 1970, essa realidade era de uma em cada 20. Segundo o ginecologista – obstetra da Fértile Clínica Waldemar Naves do Amaral, esse é o cenário no mundo todo. Com mais de 25 anos de experiência na área, Waldemar Naves destaca que os avanços na medicina podem colaborar para o sucesso da maternidade da mulher madura. “Se a maternidade foi postergada por alguma razão, é dever da ciência dar a mulher o filho que ela deseja, com menor risco possível e com melhor resultado”.

Das pacientes que procuram o senhor atualmente, qual é o principal fator que as leva a engravidar mais tarde?

Nas décadas de 70 e 80, 5% das gestantes tinham mais de 35 anos e 95% abaixo. Hoje, 25% tem mais de 35 anos. Isso deve ao fator principal da mulher ter vindo para o mercado de trabalho. Antes a mulher era mais doméstica, cuidava do lar e ao ter ido para o mercado de trabalho, ela vai fazer um curso superior, se especializar, depois entra no mercado e depois de tudo isso pronto que vai comprar o apartamento, a casa. Com tudo pronto a mulher vislumbra a questão marital e posterga a gravidez e acaba, de alguma forma, pagando uma conta.

Mulher grávidaA partir de qual idade torna-se arriscado?

Os ovários estão preparados para engravidar com facilidade entre os 18 e 35 anos. Devido aos fatores estruturais, orgânicos e funcionais que contemplam essa faixa etária, as complicações podem aparecer em menores de 18 e nas mulheres acima dos 35. A ovulação fica mais difícil e quando acontece, óvulo fica mais resistente e difícil de ser penetrado. Quando fertiliza, o índice de implantação dentro do útero é mais baixo porque o endométrio torna-se menos receptivo e quando implanta, tem o índice de abortamento maior.

Quais os riscos que uma gravidez tardia pode causar na mãe e no bebê?

Aumenta o risco de defeito genético no bebê e aumentam as alterações de hipertensão e disposição para pré-eclâmpsia. Além das alterações metabólicas em que mães entram em uma fase de obesidade, principalmente as que não praticam atividade física e estes fatores aumentam o risco de diabetes gestacional, parto prematuro e até mortalidade.

Os avanços na medicina e dos tratamentos de fertilização têm contribuído em qual sentido para diminuir os impactos na mulher e no bebê?

O mais importante e atual é a preservação da fertilidade. A mulher que chega aos 24 anos e não tem perspectiva de gravidez próxima, ela deveria fazer a preservação de sua fertilidade que é congelar os óvulos, assim eles ficam guardados com a idade que ela congelou. Se dez anos depois, com 34 anos, chegou a hora da maternidade, ela pode usar aqueles óvulos. Outra opção é fazer um controle no laboratório que pode identificar o embrião melhor formado, sem problema genético por meio da técnica PGD (Diagnóstico Genético Pré-Implantacional).

Existem vantagens em ser mãe depois dos 40?

Claro que existem! A mulher preparou a vida dela para ser mãe. O filho é o maior amor que a mãe tem por alguém. O amor ventral, que vem da profundidade da mulher, incondicional. É um amor que o homem jamais terá, porque o amor vem do ventre, da formação. O amor de pai é da convivência. Por isso, se a mulher deseja ter um filho, nós temos que dar a ela o melhor caminho para encontrar a felicidade.

Fonte: Jornal O Popular

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